terça-feira, 1 de março de 2011

Lisboa II


DESPEDI-ME DAS CASAS VELHAS

DOS MONTES E DAS SERRAS

MINHA TERRA, QUE NÃO VEJO MAIS!

LISBOA DE NAZARÉ

TÃO LINDA COMO É

SERRA DE CINTRA...

ESPERA A MINHA VINDA

SOU COMO O IMIGRANTE

NÃO SEI SE É INTELIGENTE OU IGNORANTE

NÃO DEIXO A MINHA TERRA NO ABANDONO

ESTOU PERDIDA COMO UMA RAINHA QUE PERDEU O TRONO.

E AGORA NÃO TENHO MAIS NADA.

O NAVIO E O BERÇO QUE ME EMBALA

AO LONGE SOME A TERRA

VEJO O CÉU DOURADO

O MAR PRATEADO

TODAS AS VELAS FICAM ABANDONADAS

SÓ O CAIS ME ESPERA. NADA MAIS

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Dona Umbelina nasceu dia 25 de Dezembro de 1922, na aldeia de Pombares, Trasosmontes, em Portugal. Quando ainda era menina sua mãe vira a falecer deixando esta responsabilidade para ela a filha mais velha que havia de cuidar de todos os irmãos para o pai poder trabalhar na lavoura. Sob estas condições não pode estudar...
Analfabeta, Umbelina desenvolveu um dom único, de transformar em poesia, coisas inperceptiveis aos olhos da rotina. Mostrando a beleza, a alegria, e os desgostos escondidos nas insignificancias do dia-a-dia.