DESPEDI-ME DAS CASAS VELHAS
DOS MONTES E DAS SERRAS
MINHA TERRA, QUE NÃO VEJO MAIS!
LISBOA DE NAZARÉ
TÃO LINDA COMO É
SERRA DE CINTRA...
ESPERA A MINHA VINDA
SOU COMO O IMIGRANTE
NÃO SEI SE É INTELIGENTE OU IGNORANTE
NÃO DEIXO A MINHA TERRA NO ABANDONO
ESTOU PERDIDA COMO UMA RAINHA QUE PERDEU O TRONO.
E AGORA NÃO TENHO MAIS NADA.
O NAVIO E O BERÇO QUE ME EMBALA
AO LONGE SOME A TERRA
VEJO O CÉU DOURADO
O MAR PRATEADO
TODAS AS VELAS FICAM ABANDONADAS
SÓ O CAIS ME ESPERA. NADA MAIS
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Dona Umbelina nasceu dia 25 de Dezembro de 1922, na aldeia de Pombares, Trasosmontes, em Portugal. Quando ainda era menina sua mãe vira a falecer deixando esta responsabilidade para ela a filha mais velha que havia de cuidar de todos os irmãos para o pai poder trabalhar na lavoura. Sob estas condições não pode estudar...
Analfabeta, Umbelina desenvolveu um dom único, de transformar em poesia, coisas inperceptiveis aos olhos da rotina. Mostrando a beleza, a alegria, e os desgostos escondidos nas insignificancias do dia-a-dia.