domingo, 14 de março de 2010

A Volta


Voltei

Voltei me vejo como guerra.
Nas pedras da minha terra.
Com as paredes revoltadas
As casas caídas,
Almas feridas.
Quem foi que me abandonou?
E tudo de mim tirou!
Não sei de mais nada,
Sou alegre revoltada.
Um beijo a minha aldeia amada
Eu me vejo ajoelhada.
Um casarão,
E eu jogada a seu pé.
E morrendo por ti.
Nos caminhos dos copos de vinho
Uma loucura armada.
E os inocentes pagando por tudo.
Que todos os queridos guerreiros,
Que descubram tantas emboscadas.
Que grite aos mortos
Que fujam de espanto
Que acorde o imigrante.
Todos perdem ficam sem nada
E voz do imigrante sempre calada.

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Dona Umbelina nasceu dia 25 de Dezembro de 1922, na aldeia de Pombares, Trasosmontes, em Portugal. Quando ainda era menina sua mãe vira a falecer deixando esta responsabilidade para ela a filha mais velha que havia de cuidar de todos os irmãos para o pai poder trabalhar na lavoura. Sob estas condições não pode estudar...
Analfabeta, Umbelina desenvolveu um dom único, de transformar em poesia, coisas inperceptiveis aos olhos da rotina. Mostrando a beleza, a alegria, e os desgostos escondidos nas insignificancias do dia-a-dia.